António Granjo | República e liberdade

António Granjo | República e liberdade

Ernesto Castro Leal e Teresa Nunes

Assembleia da República

2012

196

Dura

Português

9789725565940

620

Pretende-se, neste livro, dentro da perspetiva de base desta série de «Parlamentares da I República», elucidar marcos essenciais da atividade cívica e política republicana de António Granjo (1881-1921), escalpelizando, o que nunca se fez até hoje, a sua ação como deputado, primeiro, na Assembleia Nacional Constituinte de 1911, e, depois, na Câmara dos Deputados, assim como governante – ministro e presidente do Ministério –, não esquecendo outras dinâmicas políticas e militares, como, por exemplo, a condição de combatente durante a Grande Guerra. O presente trabalho histórico é também devedor de alguns livros com referências significativas sobre António Granjo, mais próximos ou mais afastados das «literaturas de justificação», como os que foram publicados por Rodrigo de Castro em 1922, Francisco Rocha Martins em 1950 e Júlio Montalvão Machado em 2010, destacando-se este último, pois fornece-nos uma visão útil para a perceção crítica historiográfica do ilustre republicano de Chaves.

António Granjo viveu intensamente um curto período de onze anos durante a I República Portuguesa, entre o sonho redentor da Revolução de 5 de Outubro de 1910 e o pesadelo sofrido durante o seu assassinato em 19 de outubro de 1921. Personalidade complexa, com hesitações sobre o tipo de formação superior a prosseguir, acabou por concluir o curso de Direito no ano em que será um destacado dirigente da greve académica de 1907. Pertenceu à Carbonária Portuguesa, pouco tempo antes da revolução republicana, organizou comités militares secretos em unidades militares de Chaves e de Vila Real, participou nas colunas militares republicanas de Vinhais e de Chaves, respetivamente contra a primeira e a segunda incursão monárquica, combateu na Flandres durante a Grande Guerra, voltou à ação na Junta Revolucionária Republicana que desencadeou movimentos em Lisboa e em Santarém, no dia 10 de janeiro de 1919, e, de seguida, envolveu-se no combate à Monarquia do Norte.

Republicano intransigente, como se vê, nos momentos que considerou decisivos para a defesa da República, terá como deputado e como governante republicano uma atitude política liberal moderada de matriz institucionalista, preocupado com a nacionalização da República através de políticas públicas inclusivas e progressivas, daí a sua filiação no Partido Republicano Evolucionista (1912-1919) e no Partido Republicano Liberal (1919-1921). Esta biografia parlamentar de António Granjo está estruturada dentro do seguinte desenvolvimento narrativo: Fragmentos de Identidade, entre 1881 e 1921 – assinala-se alguns momentos da sua história de vida, em particular a política e a militar; Formação e Consolidação da República, entre 1910 e 1918 – analisa-se a atividade de deputado constituinte, bloquista e evolucionista; Reorganização da República, entre 1919 e 1921 – examina-se a atividade de deputado liberal, de ministro e de presidente do Ministério.

Quer António José de Almeida, quer Leonardo Coimbra, assinalarão a Lealdade como a grande virtude de António Granjo, manifestada ao longo da sua vida pública ao serviço da Pátria, da República e da Liberdade.
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