Carlos Aboim Inglez. Um intelectual comunista entre ação e pensamento

Carlos Aboim Inglez. Um intelectual comunista entre ação e pensamento

João Madeira

Assembleia da República

2020

248

Dura

Português

9789725567227

680

Carlos Aboim Inglez. Um intelectual comunista entre ação e pensamento percorre a trajetória de vida de um importante quadro do Partido Comunista Português, nascido em 1930, que, muito jovem ainda, inicia a sua atividade militante, que mantém praticamente até falecer, em 2002.

Oriundo de uma família burguesa de tradição republicana, cresceu num ambiente profundamente antifascista e desde cedo contactou com personalidades democráticas de grande craveira, que eram visitas de sua casa. Com a morte precoce do pai, a importância de Maria Isabel de Aboim Inglez, sua mãe, foi determinante numa família de cinco filhos.

Carlos Aboim Inglez cresceu no bairro operário e popular de Alcântara, na zona ocidental de Lisboa, e foi aí que, na proximidade com o Partido Comunista, aderiu às ideias marxistas e se tornou militante, desde logo combinando o voluntarismo e a determinação da ação com a vocação para o trabalho de sistematização e aprofundamento ideológico, características que permaneceram ao longo da sua vida.

Atuou no MUD Juvenil, primeiro, e no PCP, depois; tornou-se funcionário clandestino, membro do Comité Central. Militante fiel e abnegado, enfrentou a repressão policial, em ambas as circunstâncias, com coragem, sofrendo várias prisões, a última, em 1959, mais longa e difícil, resistindo à tortura. Desempenhou funções no setor juvenil e no setor operário; desenvolveu atividades legais e ilegais; nunca deixou de escrever textos de intervenção e de reflexão; esteve no exterior em missão partidária, acompanhado de Maria Adelaide Dias Coelho, sua companheira de sempre e mãe das suas duas filhas, Margarida e Isabel.

Com o 25 de Abril de 1974, trabalhou no Setor Intelectual de Lisboa e na Secção Internacional; foi deputado à Assembleia da República e ao Parlamento Europeu.Teve uma vida intensa e exaltante; escreveu poemas, que tiveram edição póstuma. O seu funeral foi, como era seu desejo, ao som do “Coro dos Hebreus”, da ópera Nabucco, de Verdi.
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Parlamento, oradores, discursos, política